Sem ninguém saber

O anonimato é tão desejado por muitos, mas uma grande parte desse muito nem saberia o que fazer com ele.
Se eu pudesse ser anônima, diria o que muitas vezes é difícil declarar em situações comuns... diria que não gosto do meu cabelo, que ser feliz não é fácil e vai além de nossas expectativas, que apesar dos fatos, acredito em príncipe encantado, que às vezes choro escondido por motivos secretos, que Adriano não vai salvar o Flamengo e que Obama não acabará com a guerra no Iraque. Diria que amo meus colegas e morro de medo da hora em que vamos nos separar, diria que detesto estudar e queria ser famosa, ridicularizaria as regras e criticaria o sistema, protestaria injustiças e maldades. Desobedeceria sem receios ou medo de ser pega. Acabaria com minha fama de nerd e assumiria que também já fiz xixi na cama quando criança.
Mas como o anonimato ainda não chegou a meu poder, prefiro reprimir comentários e declarações desnecessárias, mesmo sabendo que é melhor falar do que ficar calada. Vou continuar quieta, esperando mais uma vez darem a cara a tapa no meu lugar.